quarta-feira, abril 19, 2006

Mulher Anônima


Passei por entre aquela gente
Qual faca cega
Corto a cega multidão
Meu silêncio invisível
A alma tão tensa
Transparente solidão
Meu corpo antônimo
Aos trajes sinônimos
Dos eufóricos em procissão
A batida pálida
De um coração sem cor
Os olhos profundos
Sangravam angústia e dor
Na face sem rosto
Os lábios sem gosto
De sabores da vida
Os pés exaustos
Nos ombros a lida
Estou à procura
Do doce Nome

Passou por entre aquela gente
Um gentil Homem
De coração nobre!
A alma tão densa
Que até sua ausência
É suave presença
Qual rastro do mais raro perfume
Exala o frasco que se partiu
Tão-somente bastou-me
Tocar o Toque que me tocou
Naquele olhar profundo me vi
Então o cheiro calou o meu choro
A terna Voz aos ouvidos
De gosto e sorriso
Minha boca encheu
Não mais provei o dissabor
Daquela angustiante dor
Tão-somente bastou-me
Tocar o Toque de amor
Do Amor que me tocou

Ouvindo falar de Jesus, veio por trás, entre a multidão,
e tocou no seu vestido”. Mc. 5.27

2 comentários:

Anônimo disse...

Lindo!

Unknown disse...

Simplesmente........MARAVILHOSO!