Tirai a pedra!
Sim, por favor, tirai a pedra!
O mal chegou primeiro
No tempo que não é meu tempo
E fóssil a consciência tornou
Lembrança viva repousa, entretanto!
Memória não morrerá
Porque tanto e quanto
Sentinela e vela Eu Sou
Não cheguei atrasado
Nessa tarde lúgubre
Não choro o amado que partiu
Choro a pedra bruta que não se partiu
Lamento a tumba fria que o acolheu
Choro o choro de quem
Por não saber amar além
Não chorou
Tirai a pedra!
Sim, por amor, retirai essa pedra...
O amor chegou primeiro
Num tempo que aqui não existe
Por isso se esvai a vida
É vida que vem e vida que vai
Pois sempre insiste
Em levar uma vida que não desiste
De vida ser
Tirai logo essa pedra
Inútil sentinela
À porta do sepulcro
Que por ninguém vela
Apenas testemunha
Esse podre olor
Que do lado de fora vem
Da hipócrita mortalha
Que oculta de todos
O comum destino
De andar por um caminho
Entre alegria e dor
Tirai de vossa consciência
O peso dessa pedra
Deixai aberta a porta...
Antes que por ela ele saia
Entrará minha voz:
_Venha!
quarta-feira, abril 05, 2006
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