quarta-feira, abril 19, 2006

A Voz do Rio

Todo rio é antes um mar
Pois o mar se faz rio
Um pouco de si
Doa aos céus
Que em mar de nuvens se faz
É o céu então refletindo o mar
Águas profusas desnudando a terra
A sina do rio desvelando
Descortinando no palco da vida
A cena de um sonho azul

O rio é doce memória
Das águas profundas do mar
No assoalho salgado repousa
Um leito que traçou a história
É a saga de um filho pródigo
Que saudoso retorna ao lar

Anunciou a foz
Voz do encontro e da acolhida:
Rio doce
Doce mar
Seu destino dói
É amarga lembrança
Da morte de sede num chão de mar
Sempre um doce rio serás
Regato que se doa
Água viva que tem sede
De sede dessedentar
Quanto mais de ti se bebe
Tanto mais sedento estás

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