quinta-feira, julho 02, 2009
Caminhamar
Procurei o amor no caminho
Encontrei achados e perdidos
Procurei o amor entre lençois
Encontrei paixões, desdém e solidão
Já encontrei tanta coisa
Amigos, desafetos
O pão, o vinho e o abraço
E perdi tanto o tempo
Encontrei lágrimas e cores
E me encontrei em cada passo
E também no poço
No fim da linha
E ele não estava lá
Por que?
Não estaria também no caminho,
Entre flores e espinhos?
Cheguei à conclusão de que o amor
Era tão-somente caminhar
domingo, junho 15, 2008
Das coisas
Há coisas que me são tão caras:
As coisas que me são mais raras
Há coisas que me são mais nobres
Há pobres que me são mais ricos
Há riscos que me são ventura:
As aventuras que me são destino
Há coisas que me são mais claras
Que verdades que me são mal-ditas
Há erros que me são mais certos
Mais lúcidos que muitas certezas
terça-feira, abril 15, 2008
Beba do mar
Amor é água que não se pode engarrafar
Quem quiser bebê-lo
Que beba o mar
Quem quiser acreditá-lo
Que escreva uma carta
Com tinta feita do próprio sangue
Essa, sim, ponha numa garrafa
Duma praia nua e deserta
Lance-a ao mar, lance-a ao vento
Ao acaso, ao tempo
Quiçá no ocaso
Quando nunca é tarde demais
A encontre alguém
E beba dessa tua alma
sexta-feira, janeiro 04, 2008
A Tela
Não tenhas medo de mim
Eu não existo
Sou nada ainda
Ainda!
Sou pálida, gélida, insossa.
Não tenhas medo de mim
Eu ainda insisto
Esqueça as dores e o gosto amargo
Escuta, antes, tua doce calma
Aqueça-me com a cor quente de tu’alma
Enleva-me com a voz suave de teu âmago
Ejacula em minha pele as cores
Dê à luz teus próprios olhos
E verás em mim
Reflexo insólito de teu ser
Anda
Não tenhas medo
Ainda é cedo pra desistir
Cede à sede de teu corpo
E bebe logo essa taça de desejo
Eu não existo
Sou nada ainda
Ainda!
Sou pálida, gélida, insossa.
Não tenhas medo de mim
Eu ainda insisto
Esqueça as dores e o gosto amargo
Escuta, antes, tua doce calma
Aqueça-me com a cor quente de tu’alma
Enleva-me com a voz suave de teu âmago
Ejacula em minha pele as cores
Dê à luz teus próprios olhos
E verás em mim
Reflexo insólito de teu ser
Anda
Não tenhas medo
Ainda é cedo pra desistir
Cede à sede de teu corpo
E bebe logo essa taça de desejo
domingo, novembro 25, 2007
Misterioso
quinta-feira, outubro 04, 2007
Pra não se perder
quarta-feira, setembro 27, 2006
TODA NUEZA
Minh’alma já está lavada
Aquela túnica encardida de santo ...
As pedras sob o rio continuam rolando
E rindo dos burburinhos
Do bulício de um podre riacho
Que nada sabe
Nada faz senão levar consigo
Toda aquela sujeira
Ofício de um pobre diabo!
A lima que me tira o limo
Faz cócegas nas minhas entranhas
Enche minha boca de riso
Minh’alma já está lavada
Minha lepra branca
Na praça desnuda
Pedras brutas alvejam
À beira do caminho
Não será minha carne atingida
Será antes espelho a ser partido
Mera imagem e medida
Da mão tapada e atrevida
Não sou o boneco de cera
Meu mundo não é um palhaço
Que se esconde na frente do palco
Cuja platéia espreita edaz
E os olhos vomitam
Aplausos e vaias
Aquela túnica encardida de santo ...
As pedras sob o rio continuam rolando
E rindo dos burburinhos
Do bulício de um podre riacho
Que nada sabe
Nada faz senão levar consigo
Toda aquela sujeira
Ofício de um pobre diabo!
A lima que me tira o limo
Faz cócegas nas minhas entranhas
Enche minha boca de riso
Minh’alma já está lavada
Minha lepra branca
Na praça desnuda
Pedras brutas alvejam
À beira do caminho
Não será minha carne atingida
Será antes espelho a ser partido
Mera imagem e medida
Da mão tapada e atrevida
Não sou o boneco de cera
Meu mundo não é um palhaço
Que se esconde na frente do palco
Cuja platéia espreita edaz
E os olhos vomitam
Aplausos e vaias
segunda-feira, setembro 25, 2006
Limo das pedras
Rolam no fundo do rio as pedras
Arestas no recôndito aparam as águas
Oh! Água viva!
Minh’alma refrescas
Lava-me
Leva-me
Entrega-me ao mar
Ensina-me amar!
Arestas no recôndito aparam as águas
Oh! Água viva!
Minh’alma refrescas
Lava-me
Leva-me
Entrega-me ao mar
Ensina-me amar!
sábado, setembro 23, 2006
Do último andar
Eu vejo as luzes da cidade
E os olhos dos homens andam baços
Eu vejo luzes na cidade
Não vejo as estrelas do céu
Os carros cantam roucos
Já não ouço os grilos
Os prédios são precipícios
Em queda livre assisto os gritos
Que insistem no vazio
Escuto o silêncio das janelas
Faíscam torpor as telas de vidro
São magnéticas... são celas...
E os olhos dos homens andam baços
Eu vejo luzes na cidade
Não vejo as estrelas do céu
Os carros cantam roucos
Já não ouço os grilos
Os prédios são precipícios
Em queda livre assisto os gritos
Que insistem no vazio
Escuto o silêncio das janelas
Faíscam torpor as telas de vidro
São magnéticas... são celas...
Caminhada
Os pés no chão
Na mão outra mão
De quem comigo partiu
Pra repartir o pão
Morre a semente de trigo
Ao dar por abrigo sua nueza
Os pés no chão
Nada ter no alforje
A não ser o ser
Inda que dor seja
Em meio às brasas da forja
A alma transpira lhaneza
Os pés no chão
Na mão um bocado de sal
Na boca doce palavra
Pra semear os passos
E lágrimas de sol a sol
Deixando a poeira
Apagar o passado
Na mão outra mão
De quem comigo partiu
Pra repartir o pão
Morre a semente de trigo
Ao dar por abrigo sua nueza
Os pés no chão
Nada ter no alforje
A não ser o ser
Inda que dor seja
Em meio às brasas da forja
A alma transpira lhaneza
Os pés no chão
Na mão um bocado de sal
Na boca doce palavra
Pra semear os passos
E lágrimas de sol a sol
Deixando a poeira
Apagar o passado
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